História

por Interlegis — última modificação 25/07/2017 11h42
Textos sobre a história da Casa Legislativa, da criação do Município e da ocupação do território da região, bem como, fotos, vídeos, áudios, entre outras.

HISTÓRIA DA CÂMARA

A Câmara de Vereadores de Santo Augusto foi instalada em 30 de maio de 1959, para um primeiro período legislativo de apenas sete meses, ou seja, de 30 de maio até 31 de dezembro de 1959.

A Câmara contava com 7 Vereadores: 

  • Holdemar Irber
  • Guilherme Kettner
  • Odoni Rafael Chaves de Souza
  • Orozimbo Diniz
  • Erno Pauvels
  • Lino Berlezi
  • Gentil Ribeiro Maciel

Além dos Suplentes:

  • Waldir Walter
  • João Evangelista Rolim dos Reis
  • Darci Hilário Speroni

 

A CRIAÇÃO DO MUNICÍPIO

O movimento emancipacionista para a criação do município de Santo Augusto iniciou em 1958.

A criação do município de Santo Augusto é fruto do movimento emancipacionista promovido pela comissão constituída pelos cidadãos: Ruy Maroso, Caetano Sperotto, Arnaldo Macagnan, Cláudio Czamodai, Egberto Sant'Anna de Moraes, Dr. Amílcar Estanislau de Souza, Lino Berlezi e Edmundo Miguel Simczak, os quais ainda foram auxiliados pelos então vereadores do município de Três Passos/RS, ao qual pertencia o Distrito de Santo Augusto, Egmar Umberto Sant'Anna de Moraes e Clodomiro Silva. Em 17 de fevereiro de 1959 foi publicada a Lei Estadual nº 3.721, criando o município de Santo Augusto, o qual foi devidamente instalado às 10h20min do dia 30 de maio do mesmo ano, em solenidade ocorrida no salão de festas do Clube Recreativo e Cultural 7 de Setembro, com a presença do Dr. Athos Gusmão Carneiro, juiz de direito da Comarca de Ijuí/RS, do Prefeito Oswaldo Pio Andrighetto e do Vice-Prefeito Arnaldo Macagnan, dos Vereadores: Erno Pauvels, Gentil Ribeiro Maciel, Guilherme Kettner, Holdemar Irber, Lino Berlezi, Odony Rafael Chaves de Souza e Orozimbo Diniz, bem como dos Suplentes de Vereadores, de autoridades e membros da comunidade, tendo assinado a ata de instalação cento e oitenta e nove pessoas que estavam presentes ao ato.

DESCRIÇÃO HISTÓRICA

Ocupação do Território da Região

Pelo Tratado de Tordesilhas (1494) as terras, que muito mais tarde constituíram o município de Palmeira, do qual se desmembraria Três Passos e depois Santo Augusto se desmembraria de Três Passos, ficaram juridicamente, pertencentes à Espanha. O fato explica-se porque o primeiro contato colonizador na região foi realizado por missionários jesuítas.

Viviam aqui índios Guaranis, que ocupavam as bacias dos grandes rios Paraná, Paraguai e Uruguai, em sua parte navegável. Justamente o rio da Várzea devia marcar o limite entre os Guaranis e os índios de tradição Gê, nesta região. Em 1610 os missionários jesuítas começaram as catequeses, com o sistema de Reduções, na região de Guaíra, e de lá foram estendendo lenta, mas progressivamente, sua ação rumo ao sul. Em 1626 o Pe. Roque Gonzales estava no Rio Grande do Sul, fundando a redução de São Nicolau e introduzindo a criação de gado (1634).

O gado se torna elemente de cobiça dos Bandeirantes e ante a ameaça a este gado, representada pela fundação da Colônia de Sacramento (1680) e Laguna (1686), os jesuítas optam pelo retorno dos índios, fundando-se, a partir de 1687, os Sete Povos.

O território foi novamente redividido em estâncias para criação de gado e em ervais para extração da erva-mate, principal produto para o comércio.

A região de Palmeira coube ao povo de São João Batista (Soares, Mozart Pereira. Santo Antônio da Palmeira. Bels 1974, pg 86) onde podia se explorar os grandes ervais nativos ali existentes. A desagregação dos povos que seguiu à expulsão dos jesuítas (1767) e à ocupação portuguesa (1801) levou os índios a abandonarem estas atividades. No entanto, foi a extração da erva o atrativo econômico para a fixação do luso-brasileiro.

O Cônego Leme, primeiro vigário de Palmeira, iniciando o "Livro do Tombo da Paróquia de Santo Antônio da Palmeira" há 20 de maio de 1872, escrevia que em 1824 "já existia grande número de habitantes que deixaram Cruz Alta pela abundância da erva-mate, a cujo fabrico se dedicavam reunidos em comitivas e armados para se defenderem dos indígenas (...) sendo que neste tempo chegaram muitos comerciantes com suas carretas de negócios para permutarem por erva".

Evidencia-se por este texto, que os primeiros luso-brasileiros a percorrerem a região foram impulsionados pela extração da erva. Que estes primeiros moradores vieram de Cruz Alta, aliás, então sede municipal de toda a região noroeste do Estado; que a "Vilinha", primitivo nome de Palmeira surgiu como ponto de transação comercial entre os ervateiros e os comerciantes. Que na região havia índios de quem deviam se defender.

Simultaneamente, ou quase, à penetração dos ervateiros se processou a ocupação dos campos por estancieiros, também vindos de Cruz Alta e que se dedicavam a criação de muares para a feira de Sorocaba, em São Paulo e de vacuns para charqueadas de Pelotas e Rio Grande, aliás, atividades de todos os estancieiros da região Missioneiro-Serrana.

Assim foram ocupados também os campos de que saíria mais tarde Santo Augusto, isto entre 1816 a 1824, atraíndo a população mais pobre que se dedica à extração da erva-mate e os estancieiros dedicados à criação de gado.

A partir de 1824, o Império comessava a ocupar a região de mata com imigrantes em regime de pequena propriedade. A República enfrentou o problema da colocação de inúmeros imigrantes e da crescente migração interna provocada pelo pequeno lote recebido (25 ha) e o grande número de filhos dos imigrantes. Restava apenas as matas da Bacia do Uruguai para serem ocupadas. Em 1890 se fundava a Colônia de Ijuí, onde se estabeleceu a comissão de terras e colonização que orientava a Colonização Oficial também no município de Palmeiras. Ijuí tornando-se município em 1912, Palmeira tornava-se sede da Comissão de terras e colonização em 1917.

Paralela a esta colonização oficial desenvolvia-se também uma colonização particular. Erram estancieiros que julgaram bom negócio lotear as matas de seus latifúndios e vendê-las a colonos. 

DESENVOLVIMENTO DE SANTO AUGUSTO


Em 1879, um desbravamento militar abriu uma "picada" que ligava Cruz Alta a Colônia Militar (Três Passos) que então se fundava. Foi à beira desta estrada no lugar chamado Boca da Picada, que em 1917 Pompílio Silva aceitava a oferta do fazendeiro João Chagas de dirigir uma cerraria, montada para a exploração da madeira abundante na mata que ali começava. 

A cerraria ajuntou famílias em seu redor. Pompílio aproveitou para abrir uma casa comercial para satisfazer o mercado que se apresentava. A casa comercial prosperou, favorecendo a fixação de mais habitantes na localidade. Depois da morte de João Chagas, seus sucessores resolveram colonizar a região. A demarcação dos lotes foi confiada ao agrimensor Aquiles Couto, proveniente de São Gabriel. Mediu 360 lotes que ele mesmo comprou, transferindo a revenda para os senhores Abel Spelet e Cailer Mota, residentes em Cruz Alta, que encarregaram o Sr. Pompílio Solva da execução, recebendo em pagamento 9 lotes próximos da vila que surgia. 

Logo um significativo movimento migratório se instala na área. Descendentes de italianos, alemães, poloneses e luso-brasileiros chegaram ao lugar, recebendo pequenos lotes de terra. Estes agricultores dedicam-se às atividades de subsistência. 

Em 1922, foi construída a primeira escola, sendo nomeado professor o Sr. Luiz Augusto de Carvalho. Outro marco significativo foi a construção da capela, em 1925. 

Mas é a partir de 1927 que aumentam os prédios do povoado e surgem novas atividades. A concentração populacional em torno da antiga casa comercial do Sr. Pompílio Silva e a importância econômica da área são tais que a 28 de outubro de 1928, foi assinado o decreto de criação do distrito de Santo Augusto, como o terceiro distrito de Palmeira das Missões. Na ocasião foi nomeado sub-prefeito o Sr. Pompílio Silva. 

Um das primeiras providências administrativas foi trazer o agrimensor Guilherme Mufeld para medir e delimitar o perímetro da sede, traçar e dividir as ruas.

A primeira entidade social que surgiu em Santo Augusto foi o Clube Recreativo e Cultural 7 de Setembro, criado em 1934. 

Por ocasião do decreto 7.199, de 31 de março de 1938, Santo Augusto é elevado à categoria de Vila. Em 1939 foi construído o prédio da sub-prefeitura distrital. 

Em 1940, foi construído o Grupo Escolar oficializado pelo Interventor do Estado, a 29 de maio de 1940, sendo seu primeiro diretor o Sr. André Baraldi. No mesmo ano, feito o recenseamento, existiam em Santo Augusto 964 famílias, com 3.938 habitantes, contando a vila com 60 famílias e  250 habitantes.

A atual paróquia católica de São João Batista foi criada em 1941 por sua Exa. Rema. Dom Antônio Reis. A construção da igreja matriz foi iniciada em 1946.

Quando Três Passos se emancipou do município de Palmeira das Missões, em 1945, Santo Augusto passou a pertencer a este município.   

Até 1950, Santo Augusto, além de ter um Cartório Distrital, uma Agência Postal (do departamento de Correios e Telégrafos), uma Capatazia DAER, tinha estabelecido os fundamentos de sua sociedade de sua vida econômica. A agricultura prosperava e novo impulso recebeu a própria pecuária pelas maiores facilidade de comercialização, tanto no município como na região. 

O ano de 1956 foi marcado pelo aparecimento de duas entidades esportivas ainda existentes: o Sport Club Internacional e o Grêmio Esportivo santo-augustense. 

A ideia emancipacionista, surgiu em 1958. No plebiscito realizado em 30 de novembro de 1958, 85% dos votantes foi favorável à emancipação, que incluía os distritos de Santo Augusto, Coronel Bicaco e São Martinho, todos pertencentes a Três Passos.

Em 17 de fevereiro de 1959, pela lei estadual nº 3.721, foi criado o município de Santo Augusto. Em maio do mesmo ano foi realizado o primeiro pleito municipal. Os eleitos, os senhores Oswaldo Pio Andrighetto e Arnaldo Macagnan para prefeito e vice-prefeito respectivamente, foram empoçados no dia 30 de maio de 1959, juntamente com a primeira Câmara Legislativa.

O ano de 1963 foi marcado, entre outras coisas, pela emancipação dos distritos de São Martinho e Coronel Bicaco. 

Ainda em 1959 foram instalados os serviços judiciários da Comarca não Instalada de Santo Augusto. também neste ano foi instalado o Escritório Regional de Terras, e em 1960 a Exatoria Estadual. No mesmo ano de 1960 surge o primeiro estabelecimento de ensino secundário: a Escola Comercial Pe. Anchieta. Em 1965, com a criação do ensino técnico comercial, a escola passou a denominar-se Escola Técnica Comercial Pe. Anchieta. O Ginásio Estadual de Santo Augusto, foi criado em 1964, sendo transformado em Ginásio Orientado para o trabalho de 1967. 

A agricultura recebeu uma assessoria técnica representada pela Estação Experimental da Secretaria da Agricultura, em 1965.

A vida comunitária de Santo Augusto foi se tornando cada vez mais complexa, mas seus habitantes souberam dar respostas adequadas aos seus problemas. Numa demonstração de consciência de classe e visão clara dos problemas que limitam a ação e dispersam as energias dos homens dedicados à atividade fundamental do município, a agricultura, no ano de 1967 teve início do funcionamento o Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Santo Augusto. No ano seguinte foi fundada a Cooperativa Agrícola Mista Santo Augustese LTDA.

São estes em resumo, os traços fundamentais da história do município de Santo Augusto. Os seus habitantes preocupados em transformar o meio físico que lhes foi oferecido para nele instalar uma vida compartilhada por todos, mantendo viva a chama do pioneirismo de seus avós e pais, buscam novas soluções através da cooperativização e da introdução de novas técnicas de trabalho. Pelas transformações que se operam na agricultura, novos caminhos surgem para santo Augusto. Necessários se fazem grandes esforços de sua população, de seus dirigentes administrativos, de sue lideres empresariais, para que os benefícios deste desenvolvimento se expresse numa elevação do padrão de vida médio, na melhoria das condições de saúde e habitação, no aumento dos anos de escolarização a todos e no aumento das facilidades de comunicação, entre outras. (Autoria: Fundação de Integração, Desenvolvimento e Educação do Noroeste do estado - FIDENE).

Pesquisa: Equipe da Câmara.